Minha experiência no que se refere à auto-cura se remete diretamente à natureza. O corpo mais poderoso que existe é o próprio planeta. É nossa casa, é a mãe que tudo dá, é vivo, e seu coração vibra em tudo que existe e se oferece como ritmo latente de criação. Ao permitir o ingresso desse ritmo em nosso interior tudo pode acontecer. E acontece de acordo à perfeição, a mesma que nos deu origem, que nos ofereceu um corpo para transitar nessa existência. Não há o que temer, somente a amar e a agradecer. O ritmo da vida reorganiza o que está em desordem, lava as emoções desencontradas, limpa a tristeza, cura o luto, libera o grito escondido na escuridão profunda da incompreensão e do sentimento de injustiça, transmuta todo o obscuro na luz mais pura e brilhante.
Todo o ser humano é parte dessa vida transbordante no verde das árvores, no vôo dos pássaros, na brisa suave das manhãs e no vento forte dos temporais, nas águas circulantes das cachoeiras, rios e mares, e na paz e mansidão dos lagos, no poder iluminador da chama, e também no seu furor purificador, na vida fértil da terra, e na base sustentadora das rochas.
Portanto o ser humano que se abstém de viver em conexão com a natureza está se distanciando da vida, e sofre em seu corpo, em sua mente e em suas emoções, as consequências.
Para resgatar a qualidade de vida e saúde em todos os aspectos, talvez o primeiro passo seja aceitar-se como um ser pertencente ao todo, ver-se parte desse corpo maravilhoso e perfeito que tem seu ritmo, sua ordem, sua grandeza. Permitir-se vibrar em ressonância com esse ritmo que está em toda a criação é a primeira libertação de barreiras, de mitos mentais, de crenças limitantes, de impedimentos ilusórios.
O real é simples, é amor puro, é luz irradiante, é pacífico, é ordenado. Nossa comunicação com a perfeição começa com esse permitir-se ser nada mais que um componente do grande teatro da existência, um figurante, um ator coadjuvante ou até um ator principal, mas ainda assim simples ator a serviço da obra prima universal.
Cumprir bem esse papel é missão e é também oportunidade que nos foram concedidas.